Cybersecurity

O Perigo Invisível do golpe do Boleto Falso

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O progresso tecnológico trouxe inúmeras facilidades para o nosso dia a dia, porém, simultaneamente, abriu portas para novas formas de crimes, entre os quais se destaca o temido “golpe do boleto falso”. Essa prática criminosa envolve a criação de boletos bancários fraudulentos, buscando enganar tanto indivíduos quanto empresas, induzindo-os a efetuar pagamentos em contas controladas por golpistas.

O que é um boleto bancário

De acordo com a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), um boleto bancário é um meio de pagamento utilizado para quitar produtos ou serviços fornecidos por um provedor. Por meio desse instrumento, conhecido como “Beneficiário”, o emissor do boleto receberá o valor correspondente ao produto ou serviço que foi pago, seja no caixa do banco ou através de meios online.

Os boletos são considerados “documentos especiais de fatura” emitidos por instituições bancárias e empresas. Utilizando técnicas de hacking e engenharia social, torna-se possível gerar uma quantidade expressiva de boletos falsos, facilitando a transferência de grandes somas de dinheiro das contas dos usuários para contas de indivíduos que não prestaram o serviço.

Como Funciona o Golpe

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Os criminosos por trás do golpe do boleto falso são mestres em camuflagem. Eles enviam boletos falsificados por e-mail, correio ou outros meios, muitas vezes apresentando-os de maneira quase idêntica aos boletos legítimos. A armadilha está nos detalhes, principalmente os golpistas que manipulam informações importantes, como o beneficiário, o valor a ser pago e a data de vencimento.

Em 2014, a Kaspersky já alertava sobre golpes relacionados a boletos. Durante a Conferência Anual de Analistas de Segurança (SAS) daquele ano, a empresa de segurança trouxe à tona pela primeira vez um amplo golpe que abrangia boletos bancários de diversos serviços. Um relatório da RSA de 2012 destacou que as fraudes com boletos custaram ao Brasil mais de US$3.750 milhões naquele ano, e essa problemática persiste.

Sinais de Alerta e Prevenção

  1. Detalhes do Boleto

    • Verifique cuidadosamente a linha digitável e o código de barras.
    • Esteja atento a qualquer irregularidade ou discrepância nestes elementos.
    • Desconfie do código de barras falhando.
  2. Confirmação com o Beneficiário

    • Entre em contato diretamente com o beneficiário utilizando informações de contato conhecidas.
    • Confirme a autenticidade do boleto antes de efetuar o pagamento.
  3. Desconfiança em Boletos por E-mail

    • Evite confiar cegamente em boletos recebidos por e-mail.
    • Esteja especialmente alerta se o e-mail ou boleto parecer suspeito.
    • Desconfie de solicitações de ações urgentes por e-mail.
  4. DDA (Débito Direto Autorizado)

    • Considerar a adesão ao DDA, uma ferramenta que simplifica o recebimento de boletos eletrônicos.
    • Isso reduz o risco de fraudes, porque os boletos são recebidos diretamente no internet banking, proporcionando maior controle.
  5. Práticas de Segurança Digital

    • Manter seu software antivírus atualizado.
    • Evitar clicar em links de fontes desconhecidas.
    • Monitorar regularmente suas transações financeiras.

Consequências e Recursos Legais

Cair em um golpe envolvendo boleto falso pode acarretar sérias consequências financeiras e legais. As vítimas frequentemente se deparam com a perda do valor pago, além da complexidade em rastrear os criminosos. É de extrema importância reportar imediatamente o incidente ao banco e às autoridades locais, uma ação vital para aumentar as chances de recuperação do dinheiro e colaborar de maneira efetiva com o processo de investigação, especialmente quando cada momento conta.

Um exemplo disso é o grupo envolvido no “golpe do boleto”, que conseguiu subtrair R$4 milhões ao longo de um ano. Em 12 de maio de 2023, os golpistas foram detidos por suas atividades ilícitas. Embora a resolução nem sempre ocorra instantaneamente, a colaboração contínua das vítimas e a ação eficaz das autoridades foram essenciais para finalmente prender os responsáveis.

Fortalecendo Nossa Defesa

O golpe do boleto falso é uma ameaça real em nosso mundo cada vez mais digital. Ficar informado e adotar medidas de segurança são passos cruciais para proteger-se contra esse tipo de fraude. Ao educar a sociedade sobre os riscos e sinais de alerta, podemos construir uma comunidade mais resistente contra os crimes cibernéticos.

Desvendando os Perigos do golpe por QR-Code

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Onde a praticidade muitas vezes caminha de mãos dadas com riscos, os códigos QR se tornaram alvos para uma nova forma de golpe. Este fenômeno explora a confiança cega na tecnologia para enganar os usuários, levando a consequências que vão desde a perda financeira até o comprometimento da segurança digital.

Tipos de Golpes por QR-Code:

  1. Substituição Habilidosa de Códigos QR

    Imagine chegar a um local público e escanear um código QR esperando acessar informações legítimas, apenas para ser direcionado para um site fraudulento. A substituição de códigos QR autênticos por versões fraudulentas é uma artimanha utilizada por golpistas. Verificar a procedência torna-se crucial em um ambiente onde a confiança é depositada em códigos digitalizados.

  2. Phishing QR-code

    A sofisticação do golpe por QR-code se estende ao campo do phishing. Códigos fraudulentos podem direcionar vítimas para páginas enganosas, solicitando informações importantes. A batalha contra esse golpe envolve um equilíbrio entre conveniência e cautela, desconfie sempre de solicitações inesperadas.

  3. Manobra nas Transações Financeiras

    Golpistas manipulam códigos QR em transações financeiras para redirecionar fundos para suas próprias contas. A confirmação cuidadosa dos detalhes da transação é essencial, ressaltando a importância de uma atenção dobrada ao realizar transações digitais.

  4. A Ameaça Invisível de Malware

    Além dos riscos financeiros, o simples ato de escanear um código QR pode abrir portas para o download silencioso de malware. A batalha contra essa ameaça exige não apenas vigilância, mas também a manutenção rigorosa de atualizações de segurança, fortalecendo a segurança do dispositivo.

Como identificar esse golpe

Descobrir se um QR Code é autêntico pode ser crucial para evitar golpes. Existem mais de 40 versões do QR Code, numeradas de 1 a 40, cada uma com uma matriz de tamanho diferente, variando de 21x21 até 177x177 células. O aumento na versão implica em mais células, possibilitando o armazenamento de uma quantidade maior de dados.

Ao avaliar a autenticidade, observar detalhes de design é importante. QR Codes legítimos apresentam um design profissional, com bordas nítidas e alinhadas. Erros de impressão, desalinhamentos ou características visuais suspeitas podem indicar um código falso. Além disso, verificar se adesivos foram sobrepostos ao código original também é uma ótima dica.

Caso alguém se torne vítima de um golpe do QR Code, é recomendável registrar um boletim de ocorrência na delegacia online. Responsabilizar o estabelecimento pelos danos é uma medida importante, uma vez que, apesar de parecer vítima, o estabelecimento tem a obrigação de assegurar a segurança do cliente, especialmente pelas ferramentas que disponibiliza.

A advogada e consultora jurídica, Dra. Lorrana Gomes, destaca que em situações como essas, é dever do estabelecimento assumir a responsabilidade pelos prejuízos causados. “Pode parecer que o estabelecimento também está sendo vítima, no entanto, ele tem o dever de garantir a segurança do cliente, em especial pelas ferramentas que ele disponibiliza”, comentou a advogada.

Medidas Preventivas:

  1. Verificação Multicamadas

    Implementar técnicas avançadas, como a verificação de hologramas ou padrões específicos no QR Code, para garantir a autenticidade. Essa abordagem multicamadas adiciona uma camada extra de segurança, dificultando a reprodução por golpistas.

  2. Análise de Conteúdo

    Fazer uso de aplicativos de segurança especializados que realizem uma análise detalhada do conteúdo do QR Code antes da abertura. Essa análise prévia ajuda a filtrar possíveis ameaças, protegendo os usuários contra links maliciosos e conteúdos prejudiciais.

  3. Criptografia e Certificação

    Promover a adoção de códigos QR criptografados e certificados. A criptografia torna mais difícil a replicação por parte de golpistas, oferecendo uma camada adicional de proteção. Certificar a origem do código também ajuda a estabelecer a legitimidade da fonte.

  4. Conscientização Contínua

    Estabelecer programas de conscientização regular para educar os usuários sobre as mais recentes táticas empregadas por golpistas. Esse método proativo cria uma cultura de segurança digital, capacitando os usuários a reconhecerem e evitarem possíveis ameaças, mesmo as mais sofisticadas.

#Uma Conexão Digital mais Segura

O golpe por QR-code é uma parte obscura da interconexão digital que exige uma abordagem proativa e multifacetada para proteção. Ao entender os métodos dos golpistas e adotar estratégias avançadas, os usuários podem criar uma defesa mais robusta contra essas ameaças. Em um ambiente onde a confiança é depositada em códigos digitais, a vigilância constante e a adaptação a novas técnicas maliciosas são cruciais. A segurança digital é um percurso contínuo, e a armadilha por trás do próximo código QR escaneado pode ser desfeita com conhecimento e precaução.

Impulsionando o Amanhã: O Impacto da Tecnologia de Inteligência Artificial

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No mundo dinâmico da tecnologia, a Realidade Virtual (VR) e a Realidade Aumentada (AR) não são apenas inovações, mas como portais que nos transportam para territórios digitais sem precedentes. Neste mundo em constante evolução, exploramos não apenas as possibilidades cativantes dessas tecnologias, mas também enfrentamos os complexos desafios de segurança cibernética que permeiam nossas explorações nos domínios virtuais.

O que é Realidade Virtual (VR)

A Realidade Virtual envolve os usuários em ambientes completamente digitais, criando uma experiência envolvente que simula a presença física em um espaço virtual. Ao utilizar headsets e controladores, a VR leva os usuários a mundos fictícios, seja para jogos, treinamento profissional ou experiências educacionais. A interação nesse ambiente ocorre principalmente por meio de dispositivos especializados que capturam movimentos e respondem às ações do usuário.

O que é Realidade Aumentada (AR)

Diferentemente da VR, a Realidade Aumentada (AR) funde o mundo digital com o físico, sobrepondo elementos virtuais à visão do ambiente real. Frequentemente experimentada através de dispositivos como smartphones ou óculos especiais, a AR aprimora a percepção da realidade ao introduzir informações virtuais no campo de visão do usuário, permitindo a interação com dados digitais de maneira integrada ao ambiente físico.

Aplicações Práticas da Realidade Aumentada (RA)

A realidade aumentada (RA) representa uma tecnologia versátil que atrai tanto usuários individuais quanto empresas. Em setores como impressão e publicidade, o sucesso notório da integração de conteúdo digital em revistas físicas proporciona experiências visuais dinâmicas e inovadoras, um exemplo disso é o Pokémon Go, o jogo de RA mais reconhecido, ilustrando como essa tecnologia vai além do simples entretenimento e se incorpora de maneira essencial à cultura digital.

Além disso, a RA desempenha papéis cruciais em diversas áreas. Na tradução, ela facilita a eficiência ao superar barreiras linguísticas, promovendo uma comunicação global mais fluida. Em setores como construção e logística, torna-se estratégica para otimizar a eficiência operacional, sobrepondo informações digitais para aprimorar o planejamento e a execução de tarefas. Além disso, destaca-se como um meio acessível e envolvente de comunicação, conectando pessoas de maneira dinâmica.

As Aplicações Práticas da Realidade Virtual (RV)

A Realidade Virtual (RV) desfruta de uma notável popularidade, especialmente no cenário dos videogames, mas suas aplicações transcendem amplamente essa esfera. Em contextos militares, a RV é aplicada com sucesso em simuladores de voo e simulações de campo de batalha, proporcionando treinamento imersivo e realista para as forças armadas. No universo esportivo, essa tecnologia se integra a dispositivos digitais de treinamento, aprimorando o desempenho dos atletas e viabilizando análises detalhadas de técnicas e movimentos. Na área médica, a RV surge como uma ferramenta valiosa, contribuindo para o tratamento de estresse pós-traumático e ansiedade, além de oferecer oportunidades para médicos em formação aprimorarem suas habilidades cirúrgicas por meio de simulações imersivas e seguras.

Desbravando as Complexidades da Cibersegurança em VR/AR

Conforme é explorado as maravilhas da Realidade Virtual (VR) e da Realidade Aumentada (AR), desafios complexos aparecem como:

  1. Vulnerabilidades do Hardware: Desde os sensores biométricos sofisticados até os avançados headsets, cada componente de hardware em ambientes de VR/AR carrega consigo potenciais brechas de segurança. Se forem exploradas, essas vulnerabilidades têm o potencial de desencadear uma série de ameaças à integridade do sistema.

  2. Riscos de Dados Pessoais: A riqueza de dados pessoais gerados durante uma experiência de VR/AR levanta questões cruciais sobre a privacidade do usuário. A proteção dessas informações se torna um quebra-cabeça de segurança que exige soluções inovadoras.

  3. Ataques de Spoofing e Manipulação Sensorial: O spoofing, que envolve a falsificação de dados para mascarar a verdadeira identidade, pode comprometer a segurança física e emocional dos usuários. Ao enganar os sensores, esse tipo de ataque não apenas distorce as experiências virtuais, mas também representa uma ameaça séria, destacando a necessidade urgente de defesa contra tais manipulações sensoriais maliciosas.

  4. Ameaças à Integridade do Ambiente Virtual: A confiabilidade de qualquer experiência de VR/AR está essencialmente ligada à integridade do ambiente virtual. Qualquer ameaça a essa integridade compromete a credibilidade e a segurança da experiência.

Desafios de Privacidade em Headsets de Realidade Virtual

Os headsets de realidade virtual (RV) representam uma revolução na interação com o mundo digital; no entanto, este avanço não está isento de desafios de privacidade. O Oculus, renomado por sua popularidade e apoio à indústria de jogos de RV, tornou-se centro de debates acalorados sobre privacidade desde sua aquisição pelo Facebook em 2014. A decisão, anunciada em 2020, de exigir login na rede social para futuros headsets de RV gerou preocupações quanto à coleta, armazenamento e uso de dados pelo Facebook, além do potencial de anúncios segmentados. A imposição do uso de um serviço vinculado à rede social também recebeu críticas, com usuários expressando preocupações online sobre a privacidade e a segurança dos dispositivos Oculus.

Seguindo a mesma trilha, a Apple lançou, em 5 de junho de 2023, o inovador Apple Vision Pro. Este dispositivo promissor integra o mundo real com o virtual, permitindo aos usuários ver, ouvir e interagir com conteúdo digital como se estivessem no mesmo espaço físico. No entanto, mesmo com a reputação da Apple na proteção da privacidade, o Apple Vision Pro levanta questões semelhantes sobre a segurança de dados. À medida que os usuários começam a explorar os benefícios da realidade virtual, a Apple enfrenta o desafio de equilibrar inovação com medidas robustas de privacidade, especialmente considerando o preço mais elevado do Apple Vision Pro, o que pode influenciar sua adoção em massa.

Com a tecnologia de RV continuando a avançar, a questão da privacidade torna-se crucial, não apenas para dispositivos estabelecidos como o Oculus, mas também para novos participantes como o Apple Vision Pro. Isso destaca a necessidade contínua de abordagens éticas e seguras para garantir a confiança dos usuários enquanto exploramos as fronteiras da realidade virtual.

Soluções Inovadoras para Desafios Emergentes

Diante desses desafios, estratégias inovadoras são essenciais para enfrentar ameaças em tempo real e fortalecer a segurança:

  1. Criptografia e Autenticação Fortes: Implementar protocolos robustos de criptografia e autenticação protege a comunicação entre dispositivos e servidores, garantindo a confidencialidade das informações.

  2. Monitoramento Contínuo: Sistemas de monitoramento em tempo real, com análises avançadas, oferecem respostas rápidas a comportamentos suspeitos, permitindo a identificação e mitigação imediatas de ameaças.

  3. Atualizações de Software Obrigatórias: Com as ameaças em constante evolução, atualizações regulares de software corrigem vulnerabilidades conhecidas, mantendo a segurança dos dispositivos.

  4. Educação do Usuário: Capacitar os usuários com práticas seguras, desde configurações de privacidade até a identificação de ameaças, desempenha um papel crucial na defesa cibernética.

Uma Jornada de Progresso Seguro

À medida que nossos olhos se abrem para novos mundos virtuais, a segurança cibernética surge como a chave mestra para moldar um horizonte digital seguro e promissor. Ao enfrentarmos os desafios intrínsecos à Realidade Virtual e Aumentada, fortalecemos não apenas nossa capacidade de inovação, mas também a confiança essencial dos usuários que embarcam nessa jornada de progresso seguro.

Os Mistérios da Criptografia

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A criptografia é uma ciência milenar que evoluiu ao longo do tempo, visando proteger a comunicação e informações importantes. Desde épocas primordiais, quando mensagens eram compartilhadas por meio de códigos ocultos, até os complexos sistemas de segurança adotados na era digital contemporânea, a criptografia exerce um papel extraordinário na manutenção da privacidade, segurança e sigilo dos dados.

História da Criptografia

A história da criptografia remonta a tempos ancestrais, quando mensagens codificadas eram transmitidas através de símbolos e hieróglifos. No entanto, foi no Império Romano que a cifra de Júlio César fez sua entrada triunfal, utilizando um método de substituição de cada letra do alfabeto por outra, deslocada por um número fixo de posições.

No entanto, foi no decorrer da Segunda Guerra Mundial que a criptografia assumiu um papel vital, exemplificado pelo surgimento da máquina Enigma pelos alemães, bem como pelos esforços de Alan Turing e seu grupo na tentativa de decifrá-la. Desde então, mentes criativas têm se dedicado a criar códigos indecifráveis, proporcionando um solo fértil para o desenvolvimento da criptografia.

Princípios Fundamentais da Criptografia

A criptografia moderna é baseada em princípios matemáticos e algoritmos sofisticados. Para ter uma melhor compreensão, a Tensumo elaborou uma ilustração de como a criptografia funciona:

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O princípio essencial é garantir a comunicação segura entre dois indivíduos, prevenindo o acesso de terceiros. Geralmente, sistemas criptográficos empregam um texto cifrado (ciphertext) fundamentado em uma chave para ocultar o texto simples (plaintext).

Existem dois principais tipos de criptografia:

  • Criptografia Simétrica: Com a mesma chave sendo usada tanto para criptografar quanto para descriptografar os dados. Isso significa que a chave deve ser mantida em total segredo para garantir a segurança. Exemplos de algoritmos de criptografia simétrica incluem DES (Data Encryption Standard) e AES (Advanced Encryption Standard).

  • Criptografia Assimétrica: Um par de chaves é designado. Uma chave pública é utilizada para criptografar os dados, enquanto a correspondente chave privada é utilizada para descriptografar. A chave pública pode ser compartilhada livremente, mas a chave privada tem que ser mantida em segredo. Isso torna a criptografia assimétrica especialmente adequada e a mais utilizada para autenticação e troca segura de informações. Entre os exemplos de algoritmos utilizados na criptografia assimétrica destaca-se o RSA (Rivest-Shamir-Adleman).

Onde a Criptografia é Aplicada

A criptografia moderna é amplamente utilizada em diversas áreas, como:

  • Comunicações Seguras: Através da criptografia, a segurança das comunicações na internet é reforçada, como transações bancárias, compras online e troca de e-mails, garantindo que indivíduos não autorizados sejam impedidos de obter acesso indevido às informações transmitidas.

  • Armazenamento de Dados: A criptografia é usada para proteger dados armazenados em dispositivos como smartphones, laptops e servidores, prevenindo o acesso por parte de indivíduos sem autorização adequada.

  • Autenticação: A criptografia desempenha um papel fundamental em garantir a autenticidade e integridade das informações, prevenindo o risco de falsificações e fraudes.

Hashing

O hashing é um processo que transforma dados em uma sequência de caracteres de tamanho fixo, conhecida como “hash”, uma criptografia que não utiliza chave. Esse hash é uma representação única e aleatória dos dados originais. A principal finalidade do hashing é gerar um valor exclusivo para os dados, permitindo a detecção de mínimas modificações nos dados originais e a verificação de sua integridade.

Além disso, a tecnologia de hashing é unidirecional, o que significa que não é possível reverter o processo para obter os dados originais a partir dele, diferentemente da criptografia simétrica e assimétrica.

É utilizado para:

  • Gerar assinaturas digitais.
  • Análise e verificação da validade e integridade de arquivos digitais.

Dessa forma o hashing junto com outros métodos de autenticação garantem a autenticidade legal de arquivos que foram digitalmente assinados, por exemplo.

Criptografia nas Empresas e Startups

No cenário empresarial moderno, a criptografia emergiu como um alicerce de valor inestimável, destinado a proteger informações cruciais e nutrir a confiança dos clientes. Ela se entrelaça nas atividades diárias, assegurando comunicações protegidas, transações financeiras seguras e armazenamento confiável na nuvem. Além disso, a criptografia desempenha um papel essencial na preservação da propriedade intelectual e no cumprimento de regulamentos rígidos, tais como o GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) e o HIPAA (Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde). Ao adotar a criptografia, as empresas fortalecem sua credibilidade, estabelecem relações sólidas com os clientes e mantêm conformidade, consolidando, assim, sua posição em um mercado em constante evolução.

Já nas startups, a criptografia se destaca como uma ferramenta versátil para construir confiança e impulsionar a inovação. Ela proporciona às startups a capacidade de proteger sua propriedade intelectual, conquistar investidores por meio da garantia de segurança da informação e aderir a regulamentações necessárias. Ao incorporar a criptografia em suas iniciativas, as startups podem erguer uma base sólida para o crescimento, atrair parceiros e investidores, e navegar com segurança pelo cenário empresarial em constante transformação.

As Seguranças e Desafios

No mundo digital em constante evolução, a criptografia assume um papel crucial na garantia da segurança, guardando informações sensíveis e estabelecendo confiabilidade. Através de conquistas notáveis, a criptografia garante a confidencialidade das comunicações, a integridade dos dados e a conformidade regulatória. Contudo, sua trajetória não está isenta de desafios.

A progressão tecnológica exige adaptação, especialmente diante da ascensão da computação quântica. Um exemplo é o Banco Bradesco, que está ampliando sua colaboração com a IBM por intermédio do Inovabra, um ecossistema de inovação. Esse esforço busca explorar a segurança oferecida pela criptografia quântica. O propósito dessa iniciativa é antecipar os desafios relacionados aos futuros computadores quânticos, que terão relevância no contexto criptográfico.

Diante disso, o Banco Bradesco inicialmente empregará o IBM Quantum Safe Explorer para identificar ativos criptográficos e vulnerabilidades, elaborando um Inventário de Ativos Criptográficos (CBOM) para direcionar a implementação da tecnologia pós-quântica. Essa abordagem será testada por meio do projeto-piloto no domínio do Open Finance do banco. A finalidade é detectar algoritmos suscetíveis a riscos e reduzir eventuais ameaças de ataques provenientes da computação quântica, especialmente no âmbito financeiro.

Consequentemente, a criptografia se mantém como um mapa que guia a segurança digital, capacitando empresas, governos e indivíduos a percorrer com confiança os caminhos complexos do mundo digital.

Computação Quântica

A computação quântica, uma área em ascensão na ciência da computação, utiliza os princípios da mecânica quântica para executar cálculos de forma inédita para os computadores tradicionais. Seu potencial é notável, podendo revolucionar diversos setores, incluindo a criptografia.

Na atualidade, tanto nações quanto atores individuais estão adquirindo dados criptografados, tais como senhas e informações bancárias, com a previsão de que, em uma década ou mais, terão acesso a um computador quântico capaz de decifrar essa criptografia em questão de minutos. Esse procedimento é conhecido como “Armazenar Agora, Decifrar Depois” (SNDL), baseado na suposição de que as informações atuais ainda terão valor no futuro. Embora ainda esteja a alguns anos de se tornar uma realidade viável, a estratégia SNDL apresenta uma ameaça iminente. Para combater tal risco, legisladores estão buscando a adoção de abordagens criptográficas imunes aos avanços da computação quântica.

A criptografia assimétrica, como o RSA, é atualmente empregada, porém sua vulnerabilidade à fatoração a torna suscetível aos computadores quânticos. Em resposta a isso, surgem alternativas pós-quânticas, como algoritmos baseados em complexas estruturas reticulares, as quais se mostram difíceis de resolver, proporcionando proteção contra quebras. Contudo, a busca por algoritmos seguros na criptografia pós-quântica é um desafio, devido à amplificação das dimensões das estruturas reticulares, o que impede soluções tanto em sistemas computacionais clássicos quanto quânticos.

A computação quântica está em seus estágios iniciais e enfrenta obstáculos técnicos para um desenvolvimento em larga escala. Embora represente uma ameaça à criptografia tradicional, muitos especialistas acreditam que ainda há tempo para desenvolver novos algoritmos criptográficos robustos contra ataques quânticos e explorar os horizontes da computação quântica.

Nossos Serviços

A StarOne se destaca ao oferecer segurança no atual cenário tecnológico, caracterizado pela sua modernidade. Em nossa gama de soluções, apresentamos o produto “Mastodon”.

O Mastodon se configura como um sistema de armazenamento de registros (logs) por meio da tecnologia blockchain, com foco especial na autenticação e na garantia da cadeia de custódia. Desenvolvido na fronteira da inovação, ele possibilita a criação e preservação segura de registros de logs, carregados com transparência e imutabilidade. Utilizando autenticação baseada em criptografia de chave pública (também conhecida como criptografia assimétrica), cada registro recebe uma assinatura digital, conferindo não apenas integridade aos seus dados, mas também proporciona a desejada camada de segurança frequentemente associada à criptografia.

O Mastodon representa uma verdadeira revolução no âmbito da segurança e da integridade, estabelecendo um novo paradigma para o armazenamento de logs em ambientes corporativos.

A Evolução da Criptografia

A criptografia desempenha um papel essencial em nossa sociedade moderna, protegendo nossas informações importantes e garantindo a segurança das comunicações digitais. Desde suas origens antigas até os sistemas complexos de hoje em dia, a criptografia continua a evoluir para enfrentar os desafios do mundo digital em constante mudança. À medida que novas tecnologias surgem, a criptografia permanece como uma das ferramentas mais poderosas para proteger a privacidade e a segurança da informação.

Golpes Digitais: Tudo o que você precisa saber sobre o Mundo Online

Atualmente, os golpes digitais têm se tornado cada vez mais frequentes, deixando um impacto significativo na sociedade devido à sua capacidade de explorar vulnerabilidades e falhas na segurança digital. Essas atividades maliciosas ocorrem por meio da internet e dispositivos eletrônicos, aproveitando-se da conectividade global e da confiança das pessoas nas transações online. Infelizmente, muitos indivíduos acabam caindo nesses crimes cibernéticos, ficando reféns das ações maliciosas realizadas por esses golpistas.

Esse tipo de crime se tornou uma realidade preocupante que arruína indivíduos e organizações em todo o mundo. Por trás desses crimes cibernéticos, golpistas habilidosos empregam uma ampla gama de técnicas ardilosas, tentando enganar e prejudicar seus alvos de maneiras cada vez mais sofisticadas, entre elas estão phishing, malware ou explorar as vulnerabilidades de softwares.

Tipos de golpes digitais

  • Phishing: Uma tática amplamente utilizada por criminosos no mundo digital que tem se mostrado uma ameaça cada vez mais preocupante. Por meio do envio de comunicações falsas, como e-mails ou mensagens instantâneas, os golpistas se passam por organizações ou pessoas confiáveis, com o intuito de enganar suas vítimas e obter informações confidenciais, como senhas, números de cartão de crédito e detalhes de contas bancárias. Especialistas em segurança têm constatado um aumento significativo de 76% nas perdas financeiras decorrentes de ataques de phishing em 2022. Esses ataques estão se tornando cada vez mais sofisticados, explorando a falta de conhecimento dos usuários.

  • Malware: Se destaca como uma ferramenta maliciosa amplamente empregada por criminosos cibernéticos. Sob diversas formas, como vírus, worms e trojans, ele se propaga por meio de downloads infectados, anexos de e-mail ou sites comprometidos. Seu principal objetivo é invadir sistemas, criptografar dados e roubar informações confidenciais.

  • Ransomware: Criminosos habilidosos infectam sistemas de computadores com malware que criptografa arquivos valiosos ou bloqueia o acesso ao sistema operacional. Em seguida, exigem um pagamento em criptomoedas como resgate para liberar os dados ou restaurar o acesso afetado. De acordo com a empresa de segurança cibernética Dragos, os ataques de ransomware contra organizações industriais aumentaram impressionantes 87% em 2022, em comparação com o ano anterior. Esses números alarmantes revelam a magnitude do problema e a necessidade urgente de medidas de segurança robustas

Cenários em que podem aparecer

Em um mundo cada vez mais conectado, os golpes digitais têm se multiplicado de forma assustadora, infiltrando-se em diferentes cenários da vida. Desde caixas eletrônicos a plataformas de comércio eletrônico e sistemas de pagamento online, como o PIX, os criminosos habilidosos encontram maneiras de explorar vulnerabilidades e realizar atividades fraudulentas, colocando em perigo a segurança financeira e a identidade dos usuários desavisados com atividades como clonagem de cartões, compras não autorizadas e roubo de identidade.

Fraudes

As fraudes no comércio eletrônico têm se tornado um tema de grande destaque e preocupação nos dias atuais. Golpistas habilidosos utilizam uma variedade de métodos, incluindo cartões de crédito clonados e contas falsas, para realizar compras fraudulentas e obter acesso indevido a informações pessoais de clientes. No Brasil, as tentativas de fraude no comércio eletrônico atingiram a alarmante marca de R$5,8 bilhões em apenas um ano, embora tenha havido uma leve diminuição para 5,6 milhões de casos, de acordo com um estudo realizado pela ClearSale. Esses números revelam um cenário desafiador na luta contra as fraudes, apesar de uma pequena queda no número de tentativas.

Investimentos onlines

Nos dias de hoje, uma preocupação crescente vem aterrorizando aqueles que buscam oportunidades de investimentos online. Esquemas fraudulentos que prometem retornos financeiros rápidos e excepcionais estão se multiplicando, visando enganar pessoas sem experiência financeira e, assim, tomar suas economias. Ofertas tentadoras de investimentos em criptomoedas, Forex (o mercado global de negociação de moedas internacionais), opções binárias e outros ativos. De acordo com a pesquisa de Fraudes Financeiras da Serasa, 40% dos brasileiros já foram vítimas de golpes financeiros, com destaque para fraudes com cartões de crédito e débito.

Violação de dados

Uma violação de dados é considerada como um evento em que informações sensíveis, como nome, registro médico, registro financeiro ou dados de cartões de débito de indivíduos, são colocadas em risco. Essas informações podem estar em formato eletrônico ou impresso, e as violações estudadas englobaram um número alarmante de 2.200 a 102.000 registros comprometidos.

No ano de 2022, a IBM Security® divulgou um relatório abrangente sobre o custo das violações de dados em nível global, resultado de uma pesquisa realizada pelo renomado Ponemon Institute. O estudo abarcou dados de 17 países, analisando não apenas os prejuízos financeiros, mas também as causas das violações e suas consequências tanto no curto quanto no longo prazo. Com mais de 550 empresas impactadas de alguma forma por violações.[

Principais Insights: Os principais insights revelados pelo relatório fornecem uma visão abrangente do panorama da segurança cibernética e das estratégias adotadas pelas organizações para minimizar os impactos de violações de dados.

  • 83% - empresas pesquisadas tiveram mais de uma violação de dados.
  • 79% - empresas de infraestrutura crítica não implementaram uma arquitetura zero trust.
  • 19% - violações ocorreram devido a um comprometimento em um parceiro de negócios.
  • 45% - violações eram baseadas na nuvem.

Tecnologias de Destaque

O relatório não apenas aborda os desafios enfrentados pelas empresas, mas também identifica as tecnologias utilizadas para combater as ameaças cibernéticas:

  • Detecção e Resposta Estendidas (XDR): A XDR emerge como uma ferramenta essencial, permitindo que as organizações detectem e respondam a ameaças de forma mais eficaz.
  • Técnicas de Quantificação de Riscos: A aplicação de técnicas avançadas de quantificação de riscos auxilia na compreensão e avaliação dos impactos financeiros decorrentes das violações.
  • Fortalecendo o Framework de Segurança Zero Trust: Certas tecnologias, como o Gerenciamento de Identidade e Acesso (IAM) e a Autenticação Multifator (MFA), desempenham um papel fundamental na construção de um robusto framework de segurança zero trust.

O relatório aponta que, em 2022, as credenciais roubadas ou comprometidas foram o vetor de ataque inicial mais comumente utilizado pelos invasores.

Vulnerabilidades

No relatório anual da IBM Security® identificou que as principais causas de violações de dados em 2022 foram:

  • Credenciais comprometidas (19%)
  • Phishing (16%)
  • Configuração incorreta da nuvem (15%)
  • Vulnerabilidade em software de terceiros (13%)

A pesquisa realizada em anos anteriores apontou que a utilização de equipes especializadas em resposta a incidentes (IR) e a realização de testes em planos de IR tiveram um efeito significativo na redução do custo médio de violações de dados. Na análise deste ano, foi observado novamente como as equipes, recursos e processos de IR continuam impactando o custo associado a violações de dados.

Como se proteger desses ataques

Para mitigar os riscos de golpes digitais, é fundamental adotar medidas de segurança adequadas. Isso inclui:

  • Manter o software atualizado: Atualizações regulares garantem que as vulnerabilidades conhecidas sejam corrigidas, reduzindo as chances de exploração por parte dos golpistas.

  • Utilizar soluções de segurança confiáveis: A instalação e configuração de programas antivírus, firewalls ajudam a detectar e bloquear ameaças cibernéticas.

  • Utilizar senhas criativas: Criar senhas fortes, compostas por uma combinação de letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais, dificulta a sua descoberta por golpistas. Lembrando que é sempre importante evitar o uso de senhas óbvias, como datas de aniversário ou sequências numéricas simples.

  • Utilizar autenticação de dois fatores: Habilitar essa função adiciona uma camada adicional de segurança ao exigir um segundo método de verificação além da senha, como um código temporário enviado por mensagem de texto ou e-mail.

  • Entrar em contato direto com as organizações: Ao receber uma solicitação ou comunicação suspeita, é essencial entrar em contato diretamente com a organização ou serviço por meio de canais oficiais, como números de telefone ou endereços de e-mail verificados.

Bancos Digitais

Existem muitos bancos confiáveis, como a Cronos Bank, que estão preparados para evitar golpes digitais. A Cronos Bank utiliza a infraestrutura tecnológica da Cronos Fintech e oferece uma conta digital com sua marca. O aplicativo e o internet banking da Cronos Fintech transformam empresas em bancos digitais, abrindo possibilidades de novas linhas de receita e fidelizando a cadeia produtiva e os clientes. Essas instituições estão comprometidas em fornecer segurança e proteção, alcançando um maior número de pessoas de forma confiável.

A plataforma Cronos Bank foi contatada pela StarOne para confirmar informações sobre suas práticas de segurança. Talita, representante da empresa, destacou que eles seguem o modelo de segurança zero trust, adotando medidas como proteção de dados sensíveis em ambientes de nuvem com políticas e criptografia, além de realizar testes de resposta a incidentes e utilizar ferramentas de proteção remota. Tudo isso é feito com o objetivo primordial de garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos serviços oferecidos aos clientes.

Talita também ressaltou que a Cronos Bank é uma plataforma de Banking as a Service, que busca transmitir segurança e credibilidade, enquanto proporciona modernidade e opções para uma parcela significativa da população que ainda não possui conta bancária. Eles se esforçam para tornar os serviços simples, rápidos, seguros e eficazes, buscando facilitar o dia a dia daqueles que mais precisam.

Conclusão

No mundo cada vez mais conectado em que vivemos, os golpes digitais representam uma ameaça significativa para a segurança dos usuários. A proteção contra esses ataques danosos requer consciência das práticas maliciosas e a adoção de medidas de segurança apropriadas. Através da educação contínua sobre os diversos tipos de golpes e da implementação de boas práticas de segurança cibernética, é possível fortalecer a defesa contra essas ameaças em constante evolução.

Os Desafios da Investigação Digital em Crimes Cibernéticos

O mundo conectado e altamente digitalizado em que vivemos trouxe consigo um cenário complexo e diversificado. Enquanto desfrutamos de uma série de oportunidades e facilidades proporcionadas pelo avanço tecnológico, também enfrentamos ameaças latentes e invisíveis provenientes do ciberespaço. Os crimes cibernéticos estão se tornando cada vez mais sofisticados, desafiando as autoridades e especialistas em segurança a uma corrida constante para manter a paridade com os criminosos.

Do roubo de informações pessoais ao terrorismo cibernético, o espectro dos crimes cibernéticos abrange uma ampla variedade de atividades delituosas. Desde ataques de phishing e ransomware que afetam empresas e indivíduos, até fraudes financeiras complexas e espionagem cibernética que ameaçam a segurança da população, todos esses são os desafios enfrentados pelos investigadores que podem ser muito vastos e complexos.

Anonimato e Mascaramento de Identidade

O mundo cibernético, com suas infinitas possibilidades e fronteiras aparentemente invisíveis, tem se tornado palco de um dos maiores desafios enfrentados pelas forças de segurança em todo o mundo: a investigação de crimes cibernéticos. O anonimato proporcionado pela internet se ergue como uma impenetrável muralha, dificultando de sobremaneira a identificação e captura dos autores desses delitos. Os criminosos, astutamente, utilizam técnicas avançadas de mascaramento de identidade, tais como o emprego de redes privadas virtuais (VPNs), proxies (intermediário entre um cliente (computador ou dispositivo) e o servidor de destino na internet) e sistemas de anonimato, obscurecendo suas verdadeiras localizações, lançando os investigadores em uma incessante busca por rastros digitais.

Para abordar esse preocupante cenário, a Dra. Laura Schertel Mendes, renomada especialista em cibersegurança, compartilha suas perspicazes visões. Ela ressalta como o anonimato se tornou uma poderosa ferramenta nas mãos dos criminosos virtuais, permitindo que operem nas sombras e evitem a justiça a todo custo. A ausência de identificação clara dos perpetradores torna as investigações extremamente desafiadoras e complexas, deixando as forças de segurança em constante busca por soluções.

Jurisdição Transnacional

A questão da jurisdição transnacional é um desafio enfrentado pelos pesquisadores devido à natureza do ciberespaço, que não reconhece fronteiras físicas. Isso resulta em crimes cibernéticos que frequentemente ultrapassam os limites das jurisdições nacionais. Com isso, os pesquisadores se deparam com a necessidade de colaborar com agências de aplicação da lei em outros países, buscando coordenar esforços e obter provas cruciais para combater efetivamente as ameaças cibernéticas.

Coleta e Preservação de Provas Digitais

A coleta e preservação adequadas de provas digitais tornaram-se essenciais para solucionar os intrincados casos de crimes cibernéticos. No entanto, essa tarefa está longe de ser simples. O ambiente digital é volátil e implacável, permitindo que evidências sejam facilmente manipuladas, apagadas ou destruídas por criminosos experientes.

Conforme um estudo global conduzido pela IBM, aproximadamente 77% das organizações necessitam de procedimentos adequados para enfrentar incidentes de segurança cibernética e realizar a coleta forense de evidências digitais. Além disso, o volume massivo de dados gerados na era digital torna complexa a identificação das informações pertinentes à investigação, o que demanda o emprego de ferramentas e técnicas forenses avançadas.

Criptografia e Tecnologias de Segurança

O amplo uso de criptografia e outras tecnologias de segurança, visando proteger a privacidade dos usuários, gera um dilema para as autoridades. Embora essas medidas sejam fundamentais para assegurar a confidencialidade e integridade das comunicações online, elas também tornam mais desafiadora a obtenção de dados em investigações criminais legítimas. O debate em torno da quebra de criptografia para fins de investigação levanta questões sobre a privacidade e os direitos individuais, adicionando complexidade à abordagem desse problema.

Ameaças em Evolução e Técnicas Avançadas

Os criminosos cibernéticos estão sempre inovando e aprimorando suas técnicas para evitar a detecção e evadir a captura. Ataques cibernéticos altamente sofisticados, como ataques avançados de malware e técnicas de engenharia social, são cada vez mais comuns.

No ano de 2022, uma equipe de especialistas em segurança da SonicWall identificou um total de 5,5 bilhões de ataques de malware, representando um aumento de 2% em relação ao ano anterior. Ainda que esse aumento seja moderado, é notável por marcar uma reversão significativa da tendência de longo prazo, sendo o primeiro registro de aumento desde 2018. Dada a situação, torna-se crucial que os pesquisadores estejam atentos e acompanhem de perto essas mudanças, mantendo-se atualizados sobre as mais recentes tendências e ferramentas de hacking.

Falta de Conscientização e Colaboração

A falta de conscientização sobre crimes cibernéticos entre vítimas, empresas e até mesmo algumas agências governamentais pode prejudicar as investigações. Muitas vezes, as vítimas hesitam em denunciar ataques cibernéticos devido ao medo de retaliação, preocupações com sua reputação ou até mesmo a crença equivocada de que suas chances de recuperação são mínimas.

Além disso, a colaboração entre os setores público e privado é crucial para enfrentar efetivamente as ameaças cibernéticas, e a falta de cooperação pode tornar desafiadora a obtenção de informações e ações conjuntas.

Conclusão

A investigação digital em crimes cibernéticos é uma tarefa que envolve complexidade e desafios significativos. Requer uma abordagem multidisciplinar que englobe conhecimentos em tecnologia da informação, forense digital, leis e regulamentações, além de uma mentalidade proativa para acompanhar as últimas tendências em cibersegurança. Enquanto os obstáculos persistem, a colaboração global, a conscientização pública e o investimento em recursos e tecnologias avançadas são elementos cruciais para enfrentar de maneira eficaz a crescente ameaça dos crimes cibernéticos, garantindo assim um ambiente digital mais seguro para todos.

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